quarta-feira, 5 de junho de 2013

A leitura e eu

Nesta postagem, pretendo expor brevemente como foi a minha relação com a leitura.

Aqui está um depoimento que já dei dezenas de vezes aos meus alunos: eu odiava ler!
Pode parecer paradoxal mas sou um professor de língua portuguesa que, por muito tempo, detestou ler. Na verdade, até meus 16 anos eu lia muita revista (sobre vídeo game) e quadrinhos, mas qualquer tentativa de me fazer ler um livro com mais de 50 páginas e sem ilustrações era inútil. E não foram poucas as tentativas, meus pais, apesar de não terem ensino médio completo, são leitores e sempre me incentivaram.

O auge dessa minha aversão veio quando estava no sétimo ano e uma professora de língua portuguesa que tive, de métodos suspeitos, obrigou a sala toda a ler Senhora, de José de Alencar e fazer um resumo. Lembro que o tempo que tinha para isso, incluindo encontrar o livro nas bibliotecas da cidade, ler e fazer um resumo, sem qualquer informação sobre a história, o autor ou qualquer coisa eram 15 dias. Demorei 1 semana para encontrar o livro e na semana seguinte era obrigado a ler um calhamaço por dia. A aversão que tinha para ler livros virou trauma. Um trauma que me fez ficar longe dos livros por mais alguns anos.



Para encurtar a estória, só fui curado anos mais tarde, quanto já estava sofrendo para fazer as leituras obrigatórias para o vestibular. Enquanto buscava resumos para não ter que ler os livros, um amigo me falou sobre algo que ele estava lendo que era muito bom. Uma história de fantasia de um autor chamado Tolkien. Me emprestou o livro e eu ri. Onde já se viu, alguém com aversão a leitura ler, de início, algo com mais de 300 páginas? Comecei a ler as primeiras páginas sem nenhuma ambição e quando me dei conta já estava para além da metade do livro. Em 2 dias li o primeiro volume e já estava desesperado para ler a continuação. Como ninguém que eu conhecia tinha, precisei buscar na internet e encontrei os volumes 2 e 3 para download. Em inglês. E já começa outra história de superação de traumas.

Desde então sou leitor ávido. Li demais durante a graduação e leio menos depois da pós. Agora somente por prazer. Tento passar isso aos meus alunos: todos podem ser leitores e sentir o prazer da leitura, mas todos precisam experimentar diferentes livros até encontrar a obra que foi escrita para você.

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